O Zootecnista, profissional que atua na criação de animais, tem promovido grandes avanços na genética, nutrição e produção animal. Essa evolução tem garantido a melhoria da produtividade e qualidade dos produtos de origem animal, como carne, leite, ovos e mel, tornando mais acessível a presença desses alimentos na mesa do consumidor. Tudo isso é feito com preocupação com a sustentabilidade ambiental, econômica e social.
Contudo, diante dos novos desafios e aumento da demanda por alimentos, a busca pela máxima eficiência da cadeia produtiva é constante pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio dos profissionais da zootecnia (pesquisadores científicos e assistentes técnicos) de seus institutos de pesquisa – Instituto de Zootecnia (IZ-APTA) e APTA Regional, vinculados à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), e dos extensionistas da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI).
O Instituto de Zootecnia (IZ-APTA) tem no seu quadro de funcionários 22 zootecnistas, que em conjunto com outros profissionais contribuem no desenvolvimento de novas técnicas para otimizar a produção animal.
Pesquisas na área de bem-estar animal têm ganhado maior destaque frente a cobrança dos consumidores, além do potencial de melhorar os índices produtivos. Para a pesquisadora do IZ Lenira El Faro, práticas simples de bem-estar, quando adotadas, podem proporcionar ganhos consideráveis aos sistemas de produção e trazer dignidade aos animais.
“O bem-estar é intrínseco à atuação do zootecnista, pois a maximização da exploração animal só é possível mediante o respeito às boas práticas de bem-estar animal”, afirma a pesquisadora.
A maioria das pesquisas do IZ tem o foco no Desenvolvimento Sustentável.
“O zootecnista atua na construção de ambientes pastoris adequados a produção animal sustentável usando ferramentas e tecnologias importantes que auxiliarão nas tomadas de decisão”, salienta Cristina Barbosa, pesquisadora do Instituto.
Uma produção animal sustentável tem como pilares ser socialmente justa, economicamente viável e ambientalmente adequada.
“O Zootecnista tem papel primordial neste contexto, aplicando tecnologias que aumentam a produção e a produtividade, diminuem os custos de produção e reduzem ou neutralizam os impactos ambientais”, reforça Enilson Ribeiro, pesquisador e diretor do IZ.
Já a APTA Regional, com suas 18 Unidades Regionais de Pesquisa e Desenvolvimento (URPD), soma 16 zootecnistas, pesquisadores científicos que atuam nas mais diversas áreas da produção animal.
O pesquisador da APTA Regional de Colina Gustavo Rezende Siqueira, da área de produção e nutrição de Gado de corte, destaca que a Zootecnia (Ciência Animal como é conhecida em outros países) forma os profissionais que atuam no desenvolvimento das cadeias produtivas.
“São profissionais que trabalham e desenvolvem pesquisa nos mais diversos ramos, destacando genética, nutrição, gestão, qualidade de produto entre outros. A formação geral permite, aos profissionais desenvolverem estudos holísticos, com capacidade de transformar os setores produtivos e todos os elos da cadeia. Eu tenho muito orgulho de ser zootecnista.”
“A Zootecnia vai muito além da produção animal”, segundo a pesquisadora Adriana Sacioto Marcantonio, da APTA Regional de Pindamonhangaba, “já que além da responsabilidade sobre a qualidade dos produtos e serviços, atua lado a lado com a segurança alimentar e com o bem-estar animal, de forma a atingir a sustentabilidade.
Na área de ecotoxicologia, onde atuo, essas premissas são evidentes, quando produtividade e baixo impacto ambiental podem caminhar harmonicamente.”
O zootecnista ainda tem grande relevância ao atuar na área de Economia Agroalimentar, como é o caso do pesquisador Ricardo Firetti, da APTA Regional de Presidente Prudente.
“A Zootecnia me possibilitou construir uma visão holística e multidisciplinar sobre os sistemas agroalimentares, do campo à mesa, algo relevante para a minha atuação enquanto pesquisador científico.”
*Extensão Rural*
Pela primeira vez em seus 55 anos de história, a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, tem em sua coordenação um zootecnista, Francisco Martins, e na escala de substituição outra zootecnista, Fabiana Gouvêa, diretora da CATI Regional Jaboticabal.
Atualmente, a CATI conta com 23 zootecnistas em seu quadro de servidores, que atuam diretamente no campo ou na condução de projetos em nível estadual.
“Em consonância com os demais profissionais da instituição, os zootecnistas têm apoiado os produtores no fortalecimento da gestão nas propriedades e nas organizações rurais. Seu trabalho tem foco no aprimoramento e na potencialização da produção de origem animal com qualidade, bem como a manutenção do bem-estar dos animais e o desenvolvimento sustentável do agronegócio, com base no tripé social, econômico e ambiental”, avalia Francisco Martins, coordenador da CATI.
Fundamental para o desenvolvimento das ações de assistência técnica e extensão rural (Ater), o zootecnista se encaixa na condução de políticas públicas estruturais, uma vez que tem, em sua formação, treinamento nas áreas de manejo, nutrição e melhoramento genético dos rebanhos. No contexto de segurança alimentar e execução de políticas públicas, a Cati conta com Fabiana Gouvêa.
“Escolhi a profissão por causa da sua importância na produção de alimentos de forma eficiente, com alta produtividade e de forma sustentável. E exercer esta profissão na CATI me abriu as portas para trabalhar diretamente com os produtores e as famílias rurais, de uma forma muito gratificante; afinal, ser mulher zootecnista e extensionista rural é transpor obstáculos diariamente, pois a nossa função requer diversas competências, que impactam e até reescrevem a vida de produtores e produtoras, a cada atendimento e/ou serviço prestado”.
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